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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Alexandre O'Neill

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Alexandre Manuel Vahía de Castro O'Neill de Bulhões (Lisboa, 19 de Dezembro de 1924 — 21 de Agosto de 1986), ou simplemente Alexandre O'Neill, descendente de irlandeses, foi um importante poeta do movimento surrealista em Portugal fundador do Movimento Surrealista de Lisboa. Foi várias vezes preso pela polícia política, a PIDE.

Biografia

As suas primeiras influências surrealistas surgem no ano de 1947, quando contacta com Mário Cesariny. Em 1948, fundam o Grupo Surrealista de Lisboa, juntamente com José Augusto França, António Pedro e Vespeira. Este grupo depressa se divide em dois e dá origem ao Grupo Surrealista Dissidente, com personalidades como António Maria Lisboa e Pedro Oom. Também este grupo se dissolve poucos anos depois, mas as influências surrealistas permanecem visíveis nas obras de Alexandre O'Neill.

Alexandre O'Neill, não conseguindo viver apenas da sua arte, alargou a sua acção à publicidade.Tem a autoria do lema publicitário Há mar e mar, há ir e voltar.

Publicou dois livros em prosa narrativa, As Andorinhas não Têm Restaurante (1970) e Uma Coisa em Forma de Assim (1980, volume de crónicas), e as Antologias Poéticas de Gomes Leal e de Teixeira de Pascoaes (em colaboração com F. Cunha Leão), de Carl Sandburg e João Cabral de Melo Neto. Gravou o disco «Alexandre O'Neill Diz Poemas de Sua Autoria». Em 1966, foi traduzido e publicado na Itália, pela Editora Einaudi, um volume da sua poesia, Portogallo Mio Rimorso. Recebeu, em 1982, o Prémio da Associação de Críticos Literários.

Obras

  • Tempo de Fantasmas (1951)
  • No Reino da Dinamarca (1958)
  • Abandono Vigiado (1960)
  • Poemas com Endereço (1962)
  • Feira Cabisbaixa (1965)
  • De Ombro na Ombreira (1969)
  • As Andorinhas Não Têm Restaurante (1970), em prosa narrativa
  • Entre a Cortina e a Vidraça (1972)
  • A Saca de Orelhas (1979)
  • Uma Coisa em Forma de Assim (1980), em prosa narrativa
  • As Horas Já de Números Vestidas (1981)
  • Dezanove Poemas (1983)
  • O Princípio da Utopia (1986)

Outros Links

Fonte: pt.wikipedia

POEMA

Mal nos conhecemos
Inauguramos a palavra amigo!
Amigo é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado.
É a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
Amigo vai ser, é já uma grande festa!

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