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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Abel Botelho

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I

Abel Acácio de Almeida Botelho (1855-1917) nasceu em Tabuaço, distrito de Viseu em 23 de Setembro de 1855, filho de um militar e de uma senhora descendente de lavradores abastados. Tendo o pai falecido prematuramente, Abel Botelho ingressou no Colégio Militar como pensionista do Estado, tendo aí estudado de 1867 a 1872. Saiu do colégio com o posto de aspirante, matriculando-se na Escola Politécnica.

Casou em 1881 com uma senhora de origem nobre.

Abel Botelho começou por escrever poesia, tendo publicado em 1885 no Porto a colectânea Lira Insubmissa.

Seguiu entretanto a carreira das armas, chegando a coronel em 1906. Foi nesse ano nomeado Chefe do Estado Maior da 1ª Divisão Militar. Em 1911 passa à situação de adido, desempenhando funções diplomáticas no Ministério dos Negócios Estrangeiros até à sua morte ocorrida na Argentina em 24 (?) de Abril de 1917, durante a Primeira  Guerra Mundial. Foi por influência sua que a Argentina se tornou o primeiro país a reconhecer o regime republicano em Portugal.

A ele se fica a dever o projecto grafico da bandeira da República Portuguesa, em que o verde representa a esperança e o vermelho o sangue derramado pelo povo nas muitas guerras travadas.

Abel Botelho colaborou em várias publicações, de que se destacam O Século, O Dia, O Ocidente, A Ilustração, a Revista Literária e O Repórter (que chegou a dirigir).

Com o romance O Barão de Lavos (1891), Abel Botelho inicia o ciclo que intitulou de «Patologia Social», pretendendo com este ciclo criticar os vícios da sociedade. Desta forma se insere na chamada literatura naturalista.

Obras

  • Germano (1886)
  • Claudina (1890)
  • O Barão De Lavos (1891)
  • Os Vencidos Da Vida (1892)
  • Jucunda (1895)
  • A Imaculável (1897)
  • O Livro De Alda (1898)
  • Sem Remédio (1900)
  • Amanhã (1901)
  • Os Lázaros (1904)
  • Fatal Dilema (1907)
  • Próspero Fortuna (1910)
  • Amor Crioulo (1913)

 

casa abel botelho

II

Casa onde nasceu Abel Botelho

Localização

Viseu, Tabuaço, Tabuaço

Acesso

Rua das Ameixoeiras, n.º 17 e 19; Gauss: M - 247683, P - 461213, CMP, fl. 127

Enquadramento

Urbano, a meia encosta, adossado a edifícios de habitação nas fachadas E. e O., implantado em rua com imóveis de cariz rural de diversas épocas, alguns descaracterizados, localizando-se, nas suas proximidades, nomeadamente a O, no Largo do Terreiro, um edifício solarengo  e a Igreja Matriz de Tabuaço, a S., no Largo 5 de Outubro.

Descrição

Planta rectangular, ligeiramente irregular, de dois pisos, adossado a edifícios pelos alçados E. e O., de disposição horizontalista das massas, com coincidência entre o exterior e o interior e cobertura homogénea, de telhado a três águas. Edifício de dois pisos, com a fachada principal voltada a S., em cantaria de granito aparente, em aparelho "opus incertum", com embasamento saliente, cunhal apilastrado no lado direito e remate em friso e cornija saliente. É rasgada, no piso inferior, por duas portas em arco abatido, com moldura saliente recortada e com brincos e remates em pequena cornija, que se fundem com os aventais recortados e terminados em borla das janelas do piso superior, em arco abatido. Fachada E. adossada a edifício habitacional, apenas deixando antever a pilastra do cunhal e o registo cego do piso superior, composto por alvenaria granítica aparente. Fachada O. adossada a edifício incaracterístico. Fachada posterior e INTERIOR não observado.

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Residencial: casa

Propriedade

Privada: pessoa singular

Época Construção

Séc. 18 / 19 / 20

Cronologia

Séc. 18 - data de construção do edifício, provavelmente sobre estruturas mais antigas; 1854, 23 Setembro - Abel Acácio de Almeida Botelho nasceu em Tabuaço, nesta casa, segundo Gonçalves Monteiro, no Solar das Bem Hajas, na opinião de Macedo Fernandes *1; 21 Novembro - baptizado de Abel Botelho na igreja de Tabuaço; 1917, 24 Abril - falecimento de Abel Botelho em Buenos Aires, Argentina; 2005, 24 Setembro - colocação de uma lápide no edifício, no âmbito das comemorações dos 150 anos do nascimento do escritor.

Tipologia

Arquitectura residencial, barroca. Edifício de planta rectangular e dois pisos, rasgados por portas no andar inferior e janelas superiores com molduras recortadas.

Características Particulares

Edifício bastante simples, em cantaria apenas na fachada principal, sendo as restantes em alvenaria, destacando-se os vãos de ambos os pisos, a fundirem-se, criando aventais recortados com borlas, surgindo, nas portas do primeiro piso brincos. Destaca-se, essencialmente, pelo facto de no edifício ter nascido o diplomata e escritor Abel Botelho.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Granito em cantaria e alvenaria na estrutura, cantaria nos cunhais e modinaturas; xisto; cimento; telha cerâmica; madeira de castanho; madeira de carvalho; madeira de pinho; ferro forjado.

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: séc. 20, década de 90 - obras no interior e remoção dos rebocos das fachadas exteriores.

Autor e Data: Gustavo Almeida 2002

 

 

III

Mais informações em:

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