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quarta-feira, 11 de março de 2009

António Lobo Antunes

 António Lobo Antunes

Biografia

Romancista. Proveniente de uma família da grande burguesia portuguesa, licenciou-se em Medicina, com especialização em Psiquiatria. Exerceu a profissão no Hospital Miguel Bombarda em Lisboa, dedicando-se  desde 1985 exclusivamente à escrita. A experiência em Angola na Guerra Colonial como tenente e médico do exército português durante vinte e sete meses (de 1971 a 1973) marcou fortemente os seus três primeiros romances.

Em termos temáticos, a sua obra prossegue com a tetralogia constituída por A explicação dos pássaros, Fado alexandrino, Auto dos Danados e As naus, onde o passado de Portugal, dos Descobrimentos ao processo revolucionário de Abril de 1974, é revisitado numa perspectiva de exposição disfórica dos tiques, taras e impotências de um povo que foram, ao longo dos séculos, ocultados em nome de uma versão heróica e epopeica da história. Segue-se a esta série a trilogia Tratado das paixões da alma, A ordem natural das coisas e A morte de Carlos Gardel - o chamado “ciclo de Benfica” -, revisitação de geografias da infância e adolescência do escritor (o bairro de Benfica, em Lisboa). Lugares nunca pacíficos, marcados pela perda e morte dos mitos e afectos do passado e pelos desencontros, incompatibilidades e divórcios nas relações do presente, numa espécie de deserto cercado de gente que se estende à volta das personagens.

António Lobo Antunes começou por utilizar o material psíquico que tinha marcado toda uma geração: os enredos das crises conjugais, as contradições revolucionárias de uma burguesia empolgada ou agredida pelo 25 de Abril, os traumas profundos da guerra colonial e o regresso dos colonizadores à pátria primitiva. Isto permitiu-lhe, de imediato, obter um reconhecimento junto dos leitores, que, no entanto, não foi suficientemente acompanhado pelo lado da crítica. As desconfianças em relação a um estranho que se intrometia no meio literário, a pouca adesão a um estilo excessivo que rapidamente foi classificado de "gongórico" e o próprio sucesso de público, contribuíram para alguns desentendimentos persistentes que se começaram a desvanecer com a repercussão internacional (em particular em França) que a obra de António Lobo Antunes obteve.

Ultrapassado este jogo de equívocos, António Lobo Antunes tornou-se um dos escritores portugueses mais lidos, vendidos e traduzidos em todo o mundo. Pouco a pouco, a sua escrita concentrou-se, adensou-se, ganhou espessura e eficácia narrativa. De um modo impiedoso e obstinado, esta obra traça um dos quadros mais exaustivos e sociologicamente pertinentes do Portugal do século XX.

A sua obra prosseguiu numa contínua renovação linguística, tendo os seus últimos romances (Exortação aos Crocodilos, Não entres tão depressa nessa noite escura,  Que farei quando tudo arde?, Boa tarde às coisas aqui em baixo), bem recebidos pela crítica, marcado definitivamente a ficção portuguesa dos últimos anos.

Títulos

Fonte:  Portal da Literatura

NOTA:

António Lobo Antunes, que está próximo de comemorar 30 anos de vida literária, anunciou que não vai escrever mais livros, para além deste último.Em entrevista ao Diário de Noticias, o escritor explicou que não vai escrever mais nenhum livro, pelo menos, para ser publicado, frisando que «acabam os romances, as crónicas, a minha voz não se ouvirá mais».

O escritor referiu ainda que só vai publicar mais um, que acabou de escrever, intitulado «Que Cavalos São Aqueles Que Fazem Sombra no Mar», para deixar a sua «obra redonda».

No que se refere ao novo livro, o escritor frisou que é uma obra que vem «dar um trabalhão à critica».

Outros Links:

Citação


«(...) Este mês deram-me um prémio literário. (...) e sem que eles sonhassem (sonhava eu) o cancro ratando, ratando, injusto, teimoso, cego.»


António Lobo Antunes in Revista Visão de 12 de Abril de 2007

 

Prémios literários

  • Prémio Franco-Português, 1987 ("Cus de Judas")
  • Prémio instituído pela embaixada de França em Lisboa, no valor de duzentos mil escudos e atribuído a obras traduzidas para a língua francesa nos últimos cinco anos.
  • Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, 1985 ("Auto dos Danados")
  • Prémio Melhor Livro Estrangeiro publicado em França, 1997 ("Manual dos Inquisidores ")
  • Prémio Tradução Portugal/Frankfurt, 1997 ("Manual dos Inquisidores")
  • France-Culture ("A Morte de Carlos Gardel")
  • Prémio de Literatura Europeia do Estado Austríaco, 2000
  • Prémio União Latina , 2003
  • Prémio Ovídio da União dos Escritores Romenos, 2003
  • Prémio Fernando Namora, 2004
  • Prémio Jerusalém, 2005
  • Prémio Camões, 2007
  • Prémio José Donoso, 2008, atribuído pela Universidade de Talca, Chile

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