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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Ana Plácido

 

Ana Plácido Ana Augusta Plácido é a «amante querida» de Camilo, a sua mulher fatal, a quem este atribui o criptónimo de Raquel. Nasceu em 1831 e, apenas com dezanove anos de idade, consorciou-se com o capitalista Manuel Pinheiro Alves, de quarenta e três anos. Filha de António José Plácido Braga e de Ana Augusta Vieira, em 1856, enamorou-se de Camilo Castelo Branco. Uma paixão que lhe trouxe problemas a tal ponto que o marido enganado a colocou no Convento da Conceição, de Braga. Consta-se que Manuel Plácido, filho de Ana e - legalmente - do capitalista, tenha Camilo como progenitor. Manuel Plácido nasceu em 1858, altura em que Ana Plácido afirmava ao marido amar Camilo e ser este o único homem capaz de fazê-la feliz. Desesperado com a insistência de Ana em permanecer na companhia do amante, Pinheiro Alves instaurou um processo de adultério em 1860.

Como resultado, Ana foi presa a 6 de Junho na Cadeia da Relação do Porto, entregando-se o amante a 1 de Outubro. A absolvição dos réus data de 16 de Outubro de 1861. O casal instala-se em Lisboa, mas separa-se por razões financeiras. Em 1863 estão juntos de novo, nascendo o filho de ambos Jorge Camilo Castelo Branco. Com a morte de Manuel Pinheiro Alves é Ana quem administra a fortuna que o seu filho Manuel herdou do pai legal. Assim, a família muda-se, primeiro, para o Porto; depois, para a quinta de São Miguel de Ceide, pertença do falecido, onde nasce o último filho do casal, Nuno Plácido Castelo Branco. Na relação de Camilo e Ana foi esta a que se empenhou mais. Ana Plácido dedicou-se à literatura, influenciada por Camilo. Colaborou em diversas publicações, fez traduções, ajudou Camilo em alguns textos e dedicou-se, também, à poesia. No decurso da sua carreira literária assinou algumas vezes com pseudónimos. Ana ainda assistiu à morte de Camilo, morrendo depois em 1895.

Fonte: Camilo Castelo Branco: Mulher Fatal

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Literatura: Ana Plácido foi "mulher de carácter viril" - autora de biografia

Lisboa, 18 Out (Lusa) - A primeira biografia de Ana Plácido, a última companheira de Camilo Castelo Branco, chega esta semana às livrarias, definindo-a como "uma mulher extraordinariamente forte e até de carácter viril", disse autora à Lusa.

Em declarações à Lusa, Maria Amélia Campos, autora da biografia, editada pela Parceria A.M. Pereira, afirmou que a vida de Ana Plácido "daria um excelente libreto para uma ópera ou um argumento de telenovela que prenderia certamente audiências".

Intitulada "Ana, a lúcida", esta é a primeira biografia da companheira do autor de "Amor de perdição", que "seria uma promissora escritora", e que "deu de mão beijada a Camilo muitas das histórias que ouvia do povo no seu portal de S. Miguel de Ceide, que este depois as enfabulava com o seu génio romanesco".

"Era uma mulher extraordinariamente forte, diria até de carácter viril, só isso explica o facto do Camilo conseguir viver com ela tanto tempo, apesar de a ter torturado muitas vezes, com cenas terríveis de ciúmes, até talvez no início, ela lhe tivesse dado razão para isso", disse a escritora.

Ana Plácido que "foi impedida de amar e praticamente vendida pelo pai a Pinheiro Alves, um brasileiro de torna-viagem".

"Mulher nada vulgar para a sua época, Ana enfrentou muitos riscos e começou a sua vida com Camilo, a partir do zero. Essa vontade de escolher um caminho foi o que me seduziu nela", disse a escritora que reconheceu "não ter estado muito motivada no início".

"O que me pareceu nela foi uma mulher com uma vontade extremamente férrea, de quem quer alcançar e conseguir aquilo que ela entendia que era o seu projecto de vida", disse.

"A consciência que tem de si própria é que era uma mulher que queria amar e queria amar sem as restrições que se colocavam á mulheres da segunda metade do século XIX", disse a escritora que não afastou a hipótese de Ana Plácido ter sido influenciada "pelos romances de amor da época".

À Lusa, Maria Amélia Campos confidenciou: "A personagem foi começando a atrair-me, a agarrar-me, a seduzir ao ponto de querer saber mais dela, mas sem essa sedução não sei trabalhar".

Maria Amélia Campos reconstituiu a vida Ana Plácido a partir das suas cartas conhecidas - "já que muitas estão na posse de alguém que julga vir a ganhar muito dinheiro com elas e não dá acesso" -, "entrelaçando-as com a obra de Camilo" e através das suas duas obras: "Luz coada por ferros" e "Herança de lágrimas".

"Fundamental" para esta primeira biografia, foram as investigações de Alexandre Cabral, disse a autora.

A biografia de Ana Plácido (1831-1895) tem como subtítulo "a mulher fatal de Camilo" e procura ser "o seu retrato mais fiel quanto possível".

Fonte: NL. - Lusa/Fim - © 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A. - 2008-10-18 06:40:02

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