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sábado, 7 de fevereiro de 2009

Almeida Faria

 Almeida Faria

Benigno José de Almeida Faria nasceu a 6 de Maio de 1943 em Montemor-o-Novo, filho de Benigno d’Almeida Faria, também daqui natural e de D. Bernardina Leão de Mira, de Arraiolos. O seu avô paterno, Bernardino de Matos Faria, era proveniente de Belver, na Beira Baixa e foi comerciante. Era republicano e agnóstico, como toda a família paterna do escritor.

Quando Almeida Faria nasceu a família tinha residência no Rossio e nessa casa ele viveu os primeiros anos. Entretanto os pais mudaram-se para a rua das Pedras Negras, onde viria a escrever os primeiros romances. Iniciou o ensino secundário no Externato Mestre de Avis, que continuou no liceu de Évora a partir do 6º ano. Aí teve o seu encontro com a literatura contemporânea ao ser aluno do grande escritor Vergílio Ferreira, o qual veio a motivar a sua transferência para Lisboa, no 7º Ano, quando o professor passou a leccionar no liceu Camões.

O meio social em que vivera a adolescência era híbrido de tradicionalismo e de revolução latente. A vila pacata vivia ainda sob o controle apertado dos representantes locais do Estado Novo. A vida cultural era praticamente inexistente. Montemor, como todo o Alentejo, era uma terra fora do tempo, á margem da história. Mas nesse aparente imobilismo sentia-se também desenvolverem-se os gérmenes da revolta dos camponeses explorados.

O seu pai destacou-se na oposição democrática local á ditadura, tendo apoiado as candidaturas de Norton de Matos e de Humberto Delgado á Presidência da República. Tudo isso moldará o carácter e a consciência cívica do jovem Almeida Faria e irá manifestar-se nos seus romances de forma viva e original.

Em 1962, com 19 anos, publicou o primeiro livro, “Rumor Branco”, que Vergílio Ferreira prefaciou e que obteve o Prémio Revelação de Romance da Sociedade Portuguesa de Escritores.

Frequentava nesse tempo a Faculdade de Direito de Lisboa, cujo curso não acabou devido ao seu envolvimento na contestação estudantil. Depois disso veio a concluir a Licenciatura em filosofia na Faculdade de Letras da mesma universidade.

Em 1968 foi para os Estados Unidos como bolseiro do International Writing Program e, no ano seguinte, para a Alemanha Federal.

“A Paixão” e o conjunto dos três romances seguintes (“Cortes”, “Lusitânia” e “Cavaleiro Andante”), a que chamou “Tretalogia Lusitana”, narram o drama de uma família de proprietários agrícolas numa vila imaginária do Alentejo – Montemínimo - dos últimos tempos da ditadura até ao pós- 25 de Abril.

Em 1982 publicou o conto “ Os Passeios do Sonhador Solitário” e em 1990 o romance “o Conquistador”. Em 1998 saiu “Vozes da Paixão” e, em 1999 “A Reviravolta”.

Além de outros prémios, recebeu a Medalha de Mérito Cultural, atribuída pelo Ministro da Cultura e entregue na Biblioteca de Montemor-o-Novo e, em 2000, o Prémio “Vergílio Ferreira”, atribuído pela Universidade de Évora.

A sua obra tem sido objecto de teses universitárias, estando traduzida em nove línguas.
Almeida Faria é actualmente professor de Estética no curso de Filosofia da Universidade Nova de Lisboa. Pronunciou inúmeras conferências no país e no estrangeiro.

A atribuição do nome de Almeida Faria à Biblioteca Municipal de Montemor-o-Novo, deve-se ao facto de o escritor ser uma das mais destacadas personalidades nascidas nesta cidade, por o ambiente montemorense e alentejano ter servido de inspiração á sua obra e estar presente nela de forma vincada e pelo carinho que Almeida faria tem dedicado à Biblioteca da sua cidade natal, à qual ofereceu a sua biblioteca particular.

Fonte: cm-montemoronovo

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