Alberto Osório de Castro (Coimbra, 1 de Março de 1868 - Lisboa, 1 de Janeiro de 1946) foi um juiz e poeta português.
Biografia
Aos 21 anos formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Foi juiz nas antigas províncias ultramarinas portuguesas na Índia, em Angola e em Timor. Após regressar ao continente português, exerceu as funções de juiz do Supremo Tribunal de Justiça e foi presidente do Conselho Superior de Administração Pública, sendo ainda Ministro da Justiça no governo de Sidónio Pais.
Nas letras, esteve ligado ao nascimento da revista Boémia Nova e estreou-se na poesia com a obra Exiladas em 1895. É descrito como estando situado entre o decadentismo e o simbolismo, evoluindo posteriormente para um formalismo de sabor parnasiano.
Além da poesia, dedicou-se aos estudos da antropologia, da etnologia e da botânica.
Obras publicadas
Poesia
- 1895 - Exiladas
- 1906 - A Cinza dos Mortos
- 1908 - Flores de Coral
- 1923 - O Sinal da Sombra
Monografia
- 1943 - A Ilha Verde e Vermelha de Timor
POEMAS:
FLORES DE CORAL
Alguns dias de luz me alvorejaram.
Ondas d’oiro no nácar dos luares
O meu sonho embalaram,
E em flores de coral, sob os palmares,
Rolaram-no, e passaram.
À CASUARINAS DO CEMITÉRIO DE DILI
Sonho escuro dos mortos embalai,
Prece das casuarinas!
Vozes vagas dos mortos, ciciai
Nas folhagens franzinas!
Já no céu, resplandece esmorecendo
A púrpura do dia.
Passa a aragem do pântano gemendo
Na romagem sombria.
Que murmuram as bocas das raízes
Aos mortos a sonhar?
Que lhes dizes, ramagem? Que lhes dizes,
A reza e a embalar?
(Lahane, Timor, Abril de 1908).
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